deliro.
Enrolo as pernas em momentos pautados.
Articulo-me dentro, fora, entre o deleite das notas
sempre uma oitava a cima da materia que respiro.
Todas as claves se colam ao meu veludo.
Percorro a dedos
sons abarrotados de benjoim.
Pedacos agitados, baralhados de demencia
produzem onomatopeias medrosas, timidas
que se entranham no lugar certo.
Torno-me uma danca alternativa, imprevisivel.
Sou impotente `as vagas, `as forcas,
`as caramelizacoes sonoras
e das varias tentativas de acordar.
Do fundo do corpo contrastado, orquestrado
ha luzes doces a estelar-me dos poros.
A cortina da musica vai levantar.

6 comentários:
......................sem palavras ou será sem notas...escuta-se em silêncio.....................memoriza-se em harpa.um bomdia.
p.s..muito..................belo?
mais um belo poema.... sobre a música que tanto nos inspirou e que nos levou a tantos sitios diferentes e até a lugares comuns...
Outro grande beijo de saudades homónima*
"Todas as claves se colam ao meu veludo."
Delicioso!
Danco ao som das tuas palavras.
Te gosto muito.
Este é o instrumento da minha melancolia, menina Sereno de mansidade!
ai as coisas que eu sei, como diz aqui a nossa amiga MF...
um abraco e um beijo CSA
Boa Noite!
Estar-se uma oitava acima da matéria é proeza que só um soprano lírico da existência consegue alcançar!
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