domingo, maio 22, 2005

Espumante

Foi mesmo agora.
Reparei que em mim ha o vicio da tua espuma.
Da tua espuma, imagina!
Sempre me julguei viciada no dardejar
que exalas da pele.
Nas corporalizacoes que singelamente desmembras,
nas complicacoes das palavras.
No ardor da facilidade de sonhar,
na tua amplificacao constante.
Na forma quente e vermelha que te moves.
Em ver-te de olhos fechados.
Nos acordes da tua simplicidade absorvente, exacta.
No silencio da tua ausencia.
Em aspirar-te regularmente.
As minhas tendencias habituais...
Procuro em ti restos metaliferos.
Quero-te segurar com o meu interior
arenoso e pedregoso sem te arranhar.
Com tanto por ti afora,
por ti adentro,
nao entendo como nao te consigo pegar.
Perspicaz,
so na espuma me fazes agarrar.
Quando te toco, desmonto-te tristemente.
E eu tenho prazer
em ver-te espumar.

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7 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

Des-serenar desfazer refazer a-serenar.

sereno disse...

espero que estejas serena.
beijo

Dinamene disse...

Amigas assim, que nos amplificam, levitam, escrevem, inscrevem,
Ai Deus, e hu é,
Dão-nos nome, inventam-nos,
Ai flores, ai flores,
E nos tratam por amigo,
Ai amiga, deixam-me a cantar
Canções de espuma que não posso agarrar.
Bjo! (não sei fazer aqueles diacríticos modernos, mas cada vez gosto mais de entrar na tua casa).

Dinamene disse...

Desculpe o «tua», mas vinha embalado da toada...

sereno disse...

nao tem nada que se desculpar...
a mim ate me da mais jeito, e se nao se importar exigo o tratamento na 2a pessoa.
:)

um beijo

isabel mendes ferreira disse...

toda a espuma arrasta cristais. cuida bem deles.se os juntares bem coladinhos e no fim puseres uma flor vais ver que te serão o FRUTO. (percebeu?)

sereno disse...

acho que sim...
`e o que faco.
tenho usado da tua cola, se nao te importares.

beijos