quarta-feira, agosto 09, 2006

sejamos verdadeiros:
este
poema
é

para
sentir
e
sente.

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sexta-feira, agosto 04, 2006

o mundo acabou e os poemas fazem-me chorar,
a noite serve para ser uma fotografia sem moldura.

sei que não faz sentido.
no entanto, para não me esquecer
escreve que os teus olhos deixaram de ver que um dia foram meus.
sai e leva a porta que dá entrada
para o meu corpo cheio de palavras.
mas antes
abraça-me.

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terça-feira, julho 04, 2006

só um pedaço
de tinta
sombra
cama
espaço
abertura.
só um de
horas
lugar
lingua.
um de
nunca mais.

(por acasos aleatórios)
menos uma
noite.

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sexta-feira, março 31, 2006

Vais estar de costas. E eu vou pedir tanto que nao te vires.
Quero um segundo eterno. Poder gravar-te. So assim de costas.
A porta vai abrir. Vou distinguir no ar o sabor distinto do teu respirar quente.
Sei que vou saber tanto a ti; de ti.
Faz por nao te mexeres. Nao te vires. `E so um segundo eterno.
So o tempo do meu pe sair do comboio e tocar no chao.
Para sempre serei eu com mais um segundo de ti.

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segunda-feira, março 27, 2006

Hoje no cafe, pedi um cappuccino. E veio com amor.
Vinha embrulhado em plastico e quase que derreteu com o calor da chavena.
Era um amor de chocolate.
Bebi o meu cappuccino, saborei cada gole como se fosse um beijo molhado. Quente e espumoso.
Agradeci com os olhos `a menina que me serviu. Mas ela nao percebeu. Parece que esta linguagem dos olhos nao `e facil porque `e falada baixinho. No entanto fico tranquila por ter agradecido. E triste por nao ter sido ouvida.
Como o amor que ela me deu. Quase derretido, deixo-o desfazer-se suavemente na lingua e ate retardo o prazer de o engolir.
Porque nao resisto a esta efemeridade, nao sei.
Devo estar mesmo seca de amor, porque pedi outro. A menina estranha, mas volta a servir-me um amor de chocolate.
Que linda a menina que tem como servico servir amor.
Nao sei se o faz com prazer. Nem deve ter nocao disso. Se soubesse, dancava enquanto o fazia.
Eu sei que dancava!

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terça-feira, março 21, 2006

agora sou uma primavera

Somos uma noite. Uma que agora esta a comecar.
Quero ir ate ti.
So quero ir ate ti.

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quarta-feira, março 15, 2006

o

que

faco

contigo

?

nada.

gosto-te.

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sexta-feira, março 10, 2006

preciso de te comer.guardar-te na lingua.
e ja nao tenho olhos que sejam so olhos.
sao as maos.as nossas.juntas.feitas de sal.
meu amor.

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quarta-feira, março 08, 2006

E que de outra forma posso viver...
Hoje, enquanto exercitava o nao sentir,
O meu sentimento, que na
Realidade era o de nao o ter,
Apanhou-me susceptivel.
De que forma distingo
Eu o calor do fogo ou
Se me tocas? Como noto a diferenca
Apenas pensando que temperaturas
Inferiores a um toque teu
Refrescam o verdadeiro queimar?
Eu sinto completamente e penso
Vagamente como os teus olhos um dia me
Obrigaram a aprender.
Troquei o mais ou menos por um
As vezes e so quando quero,
Retomo o sentimento pensado.
Nada me prendeu entao nada fica pendente.
Os tempos vao levar-me
A ti e ao
Mais profundo lugar de ser eu.
O momento é agora mas vou
Repetir com os olhos fechados. Sentir mais uma vez.

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sábado, março 04, 2006

dia da noite

sou um passaro do dia.
do dia da noite.
que nas noites como nas noites do dia
me abro para me misturar no dia da noite
para me enoitecer de dias
como este dia.
o dia da noite.

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quinta-feira, março 02, 2006

lavei a cara
por dentro e por fora

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domingo, fevereiro 26, 2006

se toda a gente soubesse o que eu sei
deitavam-se no chao
olhavam para rua como ela é
e viviam.
mais pequenos, mas viviam.
so que eu sou grande.
e nao conto a ninguem o que sei.

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sexta-feira, fevereiro 24, 2006

porque

a musica sente-se com todos os sentidos,
sentir é pensar com o corpo.
e vou-me
enrolar
enrolar
enrolar.

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segunda-feira, fevereiro 20, 2006

a minha prenda

neste dia
fui uma flor aberta em tres direccoes, exposta em tres alturas, a rodar em tres velocidades.
e eu vi tudo, sentada no sofa.

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sábado, fevereiro 18, 2006

ola tenho cinco anos e um pássaro na pele

Sim, sim. Tenho um pássaro na pele.
É vermelho e voa quando fecho os olhos.
Descobri no dia que, deliciosamente, não os abri.
Claro, tenho um voo de alto porte. Daqui, ali.
Ja fui, ja vim. Voltei, regresso.
Nao fico, nunca fiquei.
Tenho poderes. Atravesso corpos mesmo quando estao a andar, mudo as cores quando se portam mal, entro em mim e voo no meu passaro.
Descobri os sintomas das sombras, o sindrome da musica que nao sai da cabeca e o que causa ajuntamento precoce de palavras.
Ola, tenho cinco anos e um passaro na pele.
Queres ser meu amigo?

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quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Que vontade de nascer por aqui
algures.
Secalhar pendurada num verso triste.
Todos os poemas triste, dizes tu,
sao sobre ti.
As pessoas dizem que vives de sonhos inventados,
dificeis de tocar e sem refrao.
`E so o que tens, o que sabes fazer.
O maior escolheu lugar
na tentacao de algo que esta longe e dependente
de escolher ou esperar pelo sol.
E que vontade de nascer outra vez.

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

Amiga

Tanta volta que dei para
Um dia te apanhar
Entre o baloicar de luas que
Sabes so em ti se pode encontrar que
Entornei um por do sol por ti adentro.
Se julgas que me importei... nem
Tentei remediar. Mudei a minha
Rota para mais em ti poder espalhar.
Assim, desarrumadamente arrumada
No mundo do teu corpo,
Ha um rasto de um sol a por-se mesmo
A flor da tua pele.

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domingo, fevereiro 12, 2006

talvez a forca na pele seja eu

Ou qualquer coisa que de ti bebo
e permanece.
Conheco-te o coracao aos saltos
em mortais sucessivos
e muito diria de invasoes que fazes
a labios secos e vazios de cor.
E como fechar os olhos
`e uma viagem que nao fazes sem companhia,
das-te a quem nunca te buscou.
Repeles o desconhecido brilhante
e tens tendencia para te cobrir de um cheiro
quase liquido em que perdes a nocao
do meu caminho.
Mas na pele, a forca talvez seja eu.

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terça-feira, janeiro 17, 2006

sento-me na borda do relevo para ter mais dimensoes
penduro a cabeca antes de dormir para arejar
meto-me na parede, num corpo de um homem pintado de branco
acelero a vontade que tenho em acabar esta vontade
e acabo.

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sexta-feira, janeiro 13, 2006

Ao teu lado o meu corpo que nao esta.
Vinho e um cigarro.
Nao sei nada de ti. Nem tu de mim.
Nao sei onde estamos.
So a noite.
E o lencol onde nos enterramos.

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