domingo, abril 24, 2005

Sentes?

Ficou de noite e nao apareceste.
Tambem nao me mexi.
Deixei-me sossegada
entre o cobertor e as lembrancas.
O cha gelou em cima da mesa,
como a minha pele.
Aqueceste-me e agora deixas-me arrefecer.
O cadeeiro ilumina o meu cansaco,
desapontadamente fecho os olhos `a cor amarelada
que se tornou a minha vida.
Paro-me no tempo e presto atencao.
Mas nada. Nao ha sons.
Nao ha nada.
Torno-me infeliz, sentes?
Aqui so ha o cha,
o cobertor,
o candeeiro,
as lembrancas.
Apago-me.
A sala fica muda,
eu fico surda
porque
ficou de noite e nao apareceste.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ai amiga!
tu escreve-me ja um livro!
Comeca ja!
Hoje!
Agora!
Essa tua maneira tao especial de brincar com as palavras e aquecer-me a alma...
Obrigada por este momento lindo q me proporcionaste.
Te gosto muito.
Azulencias

isabel mendes ferreira disse...

somos todos cegos e surdos em determinadas alturas. como sabe. belíssima fotografia.bons sonhos. e não espere demasiado dos amores.vão vêm partem regressam. como sabe.

isabel mendes ferreira disse...

Faz bem...o amor também.

Sofia Prista Cunha disse...

adorei o teu poema...esperas solitarias na frieza de uma noite :)
obg pelo comentario!

moon between golden stars disse...

Ás vezes anoitece, escurece, para depois amanhecer após infindáveis voltas e reviravoltas com a cabeça na almofada...

Insónias

Que será de nós
Se o sofrimento nos possuir?
Passaremos noites e dias a chorar,
Dias e noites a gritar.
Seremos consumidos
Bocadinho a bocadinho,
Como quem mata devagarinho
Para que a dor seja maior...
E tomaremos o amargo sabor da vida
Cada vez que acordarmos
Se conseguirmos enfim dormir...

**********************************

by myself