sexta-feira, junho 24, 2005

O tempo `e uma laranja

Corto o tempo aos gomos e guardo-o no bolso.
Preciso de fatias temporais agarradas,
presas na minha anca.
Planto raizes e cor,
desprendo toda a agua que visto pela manha.
Aguardo o amadurecimento soculento do meu sumo.
A minha voz `e como as sombras de uma arvore
que o teu vento nao consegue apagar.
O corpo move-se mas nao se desfaz.
Nao ha forca.
`E pequeno o teu vento. Como o meu bolso.
Como a laranja que tinha gomos de tempo.

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9 comentários:

Dinamene disse...

Provas a laranja, comes a laranja, devoras a laranja, engoles a laranja.
E quem até à última gota deste modo bebe há-de amadurecer na certa. Oh, e que doçura assim terá quem o sumo suculento provar!
Bom dia, menina laranja!
Vai um suminho sereno?

sereno disse...

oh...entao nao vai? :)

beijo grande!

Dinamene disse...

Estou a precisar de um bocadinho do teu sumo. Faltar-te-á aqui um bocadinho amanhã, mas sei que não te importas.

Unknown disse...

Eu cortaria ainda cada gomo em fragmentos de tempo. Por vezes, no mesmo gomo, há lados mais ou menos amargos. E dizemos o mesmo de uma única laranja com os seus diversos sabores, provocados por variados gomos. É bom, por vezes, haver brisas que não permitem que apaguemos de vez esses sabores.

Gostei muito do post (como sempre!)
Beijaumm

Humor Negro disse...

E existe melhor corzinha do que laranja sobre preto?

isabel mendes ferreira disse...

boa noite sereno. fiquei com a porta. obrigada. é linda.

Anónimo disse...

Sumarento poema, gostei do seu "sumo". Cumprimentos.

isabel mendes ferreira disse...

...quase toda a companhia é tb companheira da solidão não é T? tudo bem por aí? um destes dias breves tenho uma "porta"....(**).

Ricardo disse...

cada tempo tem o seu tempo, cada tempo tem o seu sentido e a sua emoção, umas vazam com o tempo, outras ficam temporárias, o tempo da tua laraja será eterno...