quinta-feira, outubro 27, 2005

Fase de negacao

Debaixo destas estrelas em particular,
fiquei com nuvens na cabeca
e por onde os bracos se encontram
nem tudo `e sobre amor.

Adivinha onde encontrei a lua...
No inicio e no fim.
No meio nunca tive mas penso que `e uma fogueira.
Nem tudo `e sobre amor.

O vermelho lembra-me o silencio,
danca como o tempo
e atira-se a minha frente
na loucura de uma doenca nova.

Nem tudo `e sobre amor.

Image hosted by Photobucket.com

terça-feira, outubro 18, 2005

Sete

Tens sete olhares diferentes.
Um quando vez a noite entrar no ceu devagarinho.
Outro, um olhar partido, quando os pes tocam a relva molhada pela manha.
Durante aquela musica, o teu olhar `e de chuva.
Quando sentes o cheiro de cafe, ou das ondas ou de uma tangerina o teu olhar `e brilhante.
Tens um de vidro. Quando olhas mas nao ves.
`E cego o teu olhar se me tocas.
Um que nunca vi com medo de gastar as cores que deles jorram ate chegarem a mim.

Image hosted by Photobucket.com

segunda-feira, outubro 17, 2005

A humidade corroi o que resta de tudo. E os sons tribais aumentam. Sao folhas que caem como gotas do nosso suor. Cai uma. Cai outra. Caem todas e fica a flor. A flor que danca enquanto o sol muda de cor. Nunca mais houve sentido ou verdade na tua pele. Tens uma luz permanente que escorre dos labios que lambo ate me sentir arder. E ha um po. Um po que se levanta com as dancas do teu ritual quando te agarro pelas pernas.
Escorregas-me.
Dizes que entrei na hora errada.
Nunca sai.

sexta-feira, outubro 07, 2005

As cordas da boca ecoam.
Ambíguas maltratadas, enroladas na saliva cansada e mole.
Ecoam mortas e venenosas.
A saudade hoje é um sofá. Um sofá e um telefone e outras coisas que se ouvem muito alto. Mais longe. Mais inventadas. Nao sei ler as rugas vermelhas que se afundam no fundo das outras caras. Lixa-se a pele, mas nao apaga. A omissao das palavras é uma pintura espalhada pelas paredes do corpo. Um bocadinho abstracta. Nunca muda. Quando a boca fecha o corpo fala. A garganta transborda outras vontades. Outras cores. Outros satelites. Outras maneiras. Caminhos a seguir ao contrario. De cima so se desce do avesso, de tecido na pele com a etiqueta de fora. Russo e gasto perde linhas do teu aroma. Fugiram a brincar pelas curvas da perplexidade.
Olha,caiu um mar no copo dos teus olhos e um passaro também.
Mas a vontade de voar nao se afogou. Encolheu. Relativamente.

Image hosted by Photobucket.com